Em pronunciamento quarta-feira, 6, no Plenário do Senado, o senador Plínio Valério (PSDB/AM) criticou as Organizações Não Governamentais (ONGs) que, segundo ele, propagam notícias falsas sobre questões ambientais, principalmente em relação a Amazônia. Plínio declarou reconhecer que existem problemas ambientais graves, mas considera que existe um “alarmismo” alimentado por estudos “pseudocientíficos”, que fazem “previsões catastróficas” de origem climática para curto e médio prazos e pela “falsa necessidade” de ações drásticas para barrar o desenvolvimento na região.
Entre as “notícias falsas” divulgadas por ONGs ambientais sobre a Amazônia, o senador citou a informação de que a região estaria próxima de uma virada climática irreversível e que 50% de seu volume florestal pode se tornar uma grande savana devido a ações humanas. Plínio disse que essa ideia é usada desde a década de 40, e que, porém, nunca se confirmou.
As ONGs propagam esse tipo de mentira e, depois, ninguém cobra dos mentirosos. Eles fazem aquelas previsões, os maus brasileiros as repercutem, ninguém os questiona, e os brasileiros, particularmente os amazônidas, são os vilões da história na questão ambiental, quando, na realidade, somos os mocinhos”, disse Valério.
O senador ainda mencionou um estudo recente, intitulado Apocalypse Never, do ativista climático Michael Shellenberger, que defende a necessidade de separar ficção do que é ciência. De acordo com Plínio, o autor mostra, com dados científicos, que alarmismos contribuem para o aumento da ansiedade e depressão, especialmente entre crianças. Em 2017, destacou Plínio, uma associação de psicólogos americanos “diagnosticava o aumento da chamada ecoansiedade, que denominou como um medo crônico da catástrofe ambiental”.
O parlamentar reiterou que não há como dissociar a proteção da floresta do atendimento social do povo que nela vive. Ele também condenou um relatório divulgado nesta semana pelo Banco Mundial (Bird), que critica a Zona Franca de Manaus, apontando a necessidade de ela ser mais ativa, gerar mais renda e movimentar a economia.
A gente sabe que precisa, mas para isso se o Bird quiser nos ajudar, tem que ajudar a serrar os cadeados ambientais, as normas ambientais que nos oprimem a não nos deixam fazer absolutamente nada. Na Amazônia, não pode nada. É por isso que vocês ouvem que tem muita coisa clandestina, porque não pode nada, e onde não pode nada, pode tudo. Então, o que fazer? Eu vou continuar aqui reclamando, gritando, falando, dizendo que, embora da região, embora da beira de rio que conheço, o grito não é alcançado. Restou-nos, então, a CPI das ONGs (instalada em 5 de abril passado). Nós só vamos investigar as ONGs ambientais que ganham horrores de dinheiro para denegrir a imagem da Amazônia e do país e não fazem nada pela Amazônia”, afirmou o autor da CPI das ONGs.
Fonte: Agência Senado
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Edição: César Wanderley/Amazonas no Congresso