Um dia antes do encontro com prefeitos e garimpeiros – que ocorrerá amanhã, 01/12, em Brasília -, o senador Plínio Valério (PSDB/AM) subiu à tribuna para cobrar não só punição, mas soluções para o drama social enfrentado pelos balseiros alvos da operação que parou a garimpagem clandestina no Rio Madeira. Plínio cobrou um olhar mais humano para os garimpeiros, políticas públicas para gerar renda. Ele lembrou que os grandes empresários, donos das balsas, pouco sofrerão com a queima destas, mas os trabalhadores lá colocados, que ficaram sem moradia e sem renda, precisam de algum socorro.
“Embutido nessa cena dantesca que agride o meio ambiente, há também o lado social muito mais do que o lado econômico. As balsas que foram queimadas são balsas de pessoas ricas que exploram mesmo o nosso caboclo, o nosso ribeirinho que ficou à míngua. Então, eu estou cobrando aqui para acabar com essa hipocrisia: chega de dizer o que nós não podemos fazer, tem que nos dizer o que podemos. Qual a opção que se dá – não ao dono da balsa, não àquele que contrata os garimpeiros, que faz do ribeirinho, que transforma o pequeno agricultor em garimpeiro –, o que se oferece para essa gente? O que se oferece para esses nossos irmãos que não têm renda para comprar o sal, para comprar o açúcar e para comprar o óleo? Nada! Só se proíbe“, protestou o senador.
Plínio voltou a defender a regulamentação da atividade mineradora de acordo com os mapas geológicos que mostram onde pode ser exercida a atividade legal, para evitar cenas “dantescas”, como as que foram registradas no Rio Madeira na última semana.
“Aqueles que condenam a garimpagem predatória e clandestina, hão que nos apontar as soluções também. Não vou, nunca! defender a clandestinidade e a ilegalidade; mas vou defender, acima de tudo, que se explore o que pode ser explorado, que se permita o que pode ser permitido, que se proíba o que deve ser proibido. Fora disso, é cretinice; fora disso, é hipocrisia. De dizerem o que nós não podemos fazer estamos cansados. A gente quer que nos digam o que devemos fazer: políticas públicas para gerar renda, para gerar trabalho para essa gente. As cenas, as fotos e os vídeos que os senhores viram da garimpagem no Rio Madeira nos obrigam a tomar posição aqui da tribuna do Senado”, discursou Plínio Valério.
Ele observou que as cenas que chocaram o mundo só podem ser compreendidas dentro do atual quadro de exploração das riquezas minerais brasileiras, particularmente na Amazônia, onde se proíbe tudo. Plínio disse que a atual forma de explorar que devasta e que choca só é possível porque não há regras, não há lei, não há permissão para se permitir onde se pode explorar e proibir onde deve ser proibido. O senador defendeu que, sem lei, sem regulamentação, quanto mais bagunçado, melhor para quem explora, porque há sempre a ousadia de quem financia, já que uma balsa daquela custa R$2 milhões, R$3 milhões para quem pode bancar esse custo.
“Eu não estou aqui defendendo o garimpo predatório. Eu estou dizendo que há um mapa geológico na Amazônia listando e mostrando onde se pode explorar riquezas minerais e pode, sim, e deve, sim. Porque se você organiza, você pode coibir, você pode proibir e você pode punir. E o que temos hoje de ambos os lados? Daqueles que exploram o meio ambiente e o degradam e daqueles que vão lá proibir e vão lá tocar fogo no bem dessa gente? Não se defendem garimpeiros que depredam, mas se defende a legalização do que pode ser legalizado. O que não se pode admitir é que os nossos recursos naturais permaneçam artificialmente intocáveis, pois, na verdade, significa que se pode tocar em tudo”, disse o senador.
Fonte e foto: Assessoria de Comunicação do senador Plínio Valério