Duas emendas parlamentares, propostas pelo Partido Novo, foram rejeitas pela maioria dos deputados federais. Uma cortava em até 50% os salários de servidores públicos e a outra transferia o dinheiro do fundo de campanhas eleitorais para o combate ao coronavírus.
Para não tirar dinheiro dos trabalhadores, o deputado Fábio Trad (PSD/MS) chamou os bilionários a contribuir para o combate ao coronavírus. “Estamos em um processo de sangramento coletivo e não vejo os bilionários brasileiros agindo como os estrangeiros. Enquanto os de lá doam e investem, os nossos se encolhem”, afirmou o deputado.
O líder do Partido Novo, deputado Paulo Ganime (RJ), criticou a decisão de rejeitar as propostas do partido dele: “o rito regimental não foi cumprido para a nossa emenda”. Ele defendeu a votação da emenda que destina o dinheiro do fundo eleitoral para ações contra a Covid-19.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também defendeu a votação das propostas. “A retirada do fundo eleitoral é uma questão cara ao meu eleitorado e, sobre o corte no salário dos servidores públicos, é melhor votar agora do que mais tarde, com muita pressão popular”, disse.
Para o deputado Paulo Pimenta (PT/RS), a proposta do Partido Novo e defendida por Eduardo Bolsonaro tem o objetivo de punir a classe trabalhadora e proteger os donos do dinheiro. “Querem cortar salário de quem ganha R$ 6 mil, mas não taxam as grandes fortunas”, criticou.
O deputado Orlando Silva (PCdoB/SP) também criticou a proposta de corte de salários. “Não podemos fazer demagogia ou guerra política no momento, alimentar posições de desprezo pelo serviço público”, disse. Ele destacou que será por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e das políticas assistenciais que o país vai enfrentar a pandemia da Covid-19.
É preciso seriedade e honestidade no tratamento do orçamento do governo.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados