A partir do dia 7 de outubro o Brasil sai da lista dos países mais cristãos do mundo. Com alguns milhões de brasileiros católicos e evangélicos caminhando para o cadafalso da violência, do ódio e da vingança, o cristianismo perde força, passando a ser um pensamento sem prática.Sim. O pensamento se torna uma prática quando se concretiza num discurso ou numa ação real, estabelecendo uma relação dialética de desenvolvimento. Não existe uma dicotomia entre teoria e prática, mas uma interação chamada praxis, onde ambas se refletem e se desenvolvem.
Quando alguém se diz cristão e faz o discurso da violência, este discurso já é um prática que se reflete na sua vida e interage com seu grupo social. Ou seja, não há pensamento cristão se tornando uma ação concreta. De concreto, só a negação do cristianismo, que tem no Novo Testamento o princípio da paz e a negação da vingança.
Neste sentido, a doutrina cristã é esquecida por alguns milhões de falsos cristãos, que na prática têm o discurso construindo ações reais de negação do próprio cristianismo.
A situação desse estrato religioso se assemelha à existência do Estado Islâmico, que se esconde no discurso enganoso da religiosidade para difundir a prática da violência, focando as populações pobres e as mulheres como vítimas.
Infelizmente, é isto que está posto a nu neste momento da vida política do Brasil. De certa forma, além da violência e da ameaça à civilização, a hipocrisia e o cinismo são colocados às claras, sem temor ao tão falado Deus e ao próprio homem que o criou.
A apologia à tortura e a ameaça à vida não são pensamentos e práticas cristãs. Quem se regozija com isto carrega os piores sentimentos construídos nos tempos da barbárie, quando o homem e a mulher ainda não tinham descoberto a ternura e o amor como estética da vida.
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