Por: Lúcio Carril (*)
Olhei para o lado e vi o amor.
Ele tem olhos que brilham, cintilam como uma estrela. Quando te fitam, cada piscar te hipnotiza de tanta ternura.
Ele tem lábios que umedecem a alma e de tão finos parecem um jambo maduro surgido das flores que avermelham o chão.
O amor tem o mais encantador sorriso. Fiquei em silêncio ao perceber sua magia e só uma lágrima caiu de meus olhos ao reconhecer sua pureza.
Vi os cabelos macios daquele que um dia me disseram que não tinha forma, era metafísico e apenas um sonho do poeta Drumond. Nem era verdade. O amor tem cabelos de todos os tamanhos, cores e tipos, que capturam o vento e com ele brincam e dançam.
E já tinham me falado que o amor tinha gesto, mas nunca me disseram que ele falava, sorria, olhava com o mais belo e lépido olhar. Também não me falaram, sequer murmuraram, que ele se transfigurava em paz, gentileza, respeito, ternura, desejos e chorava quando o abraço envolvia o corpo com paixão.
Não me falaram muitas coisas do amor, mas aprendi que amar é a liberdade sonhada. O amor dorme ao nosso lado, repousa na mansidão da noite, chora, sorri, abraça, faz cafuné e atende pelo nome de meu amor.
(*) Sociólogo, com especialização em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Foto: Do site pensador.com