A questão ambiental é uma seara difícil e dominada por organizações estranhas.
Tem muita gente que viaja numa concepção de existência completamente distante da vida. Pode parecer paradoxal, e é.
Tornar a existência de todo ser vivo uma uniformidade é surreal. A vida é mais do que existir. Somos sete bilhões de vidas e há trilhões de existências vivas no planeta. O problema é que tem gente achando que o ser humano vive fora do meio ambiente ou é seu principal agente de destruição. E esse povo se acha ambientalista.
Não imagino o planeta terra sem gente, sem vida, apenas com seres vivos. Mas imagino o planeta terra sem o domínio do capital, principal destruidor da vida e da existência.
Esse discurso de atribuir ao indivíduo a destruição é descabido, pois fomos nós que criamos as condições materiais de vida. Se existimos todos foi porque dominamos técnicas e distribuímos valores de coexistência com nosso meio. Quem veio e cercou para criar carneiros foi o capital. Quem fez do ovo uma mercadoria foi o capital, não fomos nós, nem a galinha.
Não aguentaria ver este planeta dominado por trilhões de insetos voando e vivendo no subterrâneo. Subterrâneo só o do Kerouac, junto com sua liberdade gramatical.
Ah, o Carril teve um surto de antropocentrismo? Talvez. O que esperar de um ser humano? Que as borboletas façam poesia.