Odenildo Sena
Já há algum tempo observo esse fenômeno em tempos de redes sociais. Os textos pequenos, de três ou quatro linhas, plantados em fundos coloridos no Feicebuque, têm uma receptividade muito maior do que textos longos, com três, quatro ou mais parágrafos, ainda que em blocos separados, para tornar a leitura menos densa. Isso é deveras preocupante, sobretudo porque, decorrente da pouca leitura reflexiva, a capacidade cognitiva de organizar ideias em um texto também sofre enormes limitações. Ou seja, a reduzida disposição para a leitura afeta também o desempenho na construção de textos.
Penso, por outro lado, que a saída não é lutar contra as inúmeras possibilidades da internet e seus avanços tecnológicos, coisa que não temos como impedir, mas estudar alternativas que desviem o caminho de se formarem gerações inteiras de ágrafos e admiradores de chavões e memes, o que, inclusive, corrobora a tendência fascista, em franca ascensão no Brasil.
Eis um bom desafio para os estudiosos das ciências da linguagem e áreas afins.
Foto: Prosa&Poesia&Cia.