O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), afirmou, na manhã desta segunda-feira, 16, que todos os agentes públicos que tiveram alguma responsabilidade nos atos de vandalismo, cometidos no dia 8 de janeiro contra os prédios públicos dos três Poderes, serão responsabilizados, mesmo se forem parlamentares. Lira chamou a atenção ainda para o fato de haver parlamentares divulgando informações inverídicas de que não houve invasão à Câmara e destacou que esses deputados responderão por essas falas.
As palavras de Lira são em resposta ao deputado federal eleito Abílio Brunini (PL/MT), que após o quebra-quebra nos prédios dos três Poderes da República, incluindo as duas Casas do Legislativo (Câmara e Senado) gravou um vídeo no Salão Verde da Câmara dos Deputados, afirmando que “praticamente não houve danos”.
Abílio Brunini
Ex-vereador de Cuibá (MT), o deputado federal foi eleito nas eleições de 2022. Ele costuma fazer vídeos e até se jogar no chão para chamar atenção, diz o portal VGN, da cidade de Várzea Grande (MT). “Dessa vez, ele resolveu usar a mesma tática gravando vídeo no Congresso Nacional, tentando amenizar os estragos deixados dia 8, em Brasília, resultado do vandalismo dos radicais seguidores”, como ele, do ex-presidente Jair Bolsonaro, diz VGN. “Praticamente não teve nenhum estrago. Você fica assistindo a internet achando que está tudo quebrado, mas não está. Não é verdade”, declarou Brunini.
Abílio corre risco de não tomar posse do cargo de deputado federal. É que ele responde a processo de cassação de mandato de vereador, de 2020, que o deixou inelegível. Ele foi acusado de “praticar de forma reiterada e conscientemente atos incompatíveis com o decoro parlamentar, por abuso de prerrogativas constitucionais asseguradas ao vereador”, conforme informa, na internet, o veículo FolhaMax.com, de Cuiabá, Matogrosso.
A Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribuna e Justiça de Matogrosso (TJMT) vai julgá-lo na próxima segunda-feira, 23, diz a FolhaMax. A posse dos deputados eleitos ano passado será dia 1º de fevereiro, próximo. Caso o Tribuna de Mato Grosso mantenha a cassação dele do cargo de vereador, ele volta a condição de inelegível e sua eleição para a Câmara dos Deputados será anulada. Ele estava inelegível e concorreu as eleições do ano passado graças a uma liminar do TJMT, informa a FolhaMax.
Lira na PM
Lira fez uma visita ao prédio do Batalhão da Polícia Militar, que pertence à Câmara, e fica localizado próximo à Praça dos Três Poderes. O presidente da Câmara estava acompanhado da governadora em exercício do Distrito Federal (DF), Celina Leão, e do interventor federal na segurança do DF, Ricardo Capelli, indicado pelo Presidência da República.

Questionado pela imprensa se ele acredita que o ex-presidente Bolsonaro deva ser responsabilizado pelos atos por instigar seus apoiadores a radicalizar, Lira afirmou que cada um responde por seus atos e discursos. “Meu CPF é um, o do presidente Bolsonaro é outro. Temos que investigar todos os aspectos. Minha fala não muda: todos que praticaram algum ato de vandalismo devem ser punidos”, disse Lira.
Todos que tiveram responsabilidades serão punidos, inclusive parlamentares que postaram vídeos publicando inverdades sobre as agressões ao prédio da Câmara. Todos viram, foi gravíssimo. Um parlamentar eleito não pode divulgar informações que não condizem com a realidade”, afirmou.
Posse
Lira afirmou ainda que está discutindo com a segurança pública do Distrito Federal sobre a posse dos parlamentares no dia 1º de fevereiro. Segundo ele, é importante que todos tenham um plano de segurança bastante rígido. “Nosso pedido é para que todos tenham tranquilidade, será um dia bastante emblemático no início do ano do Poder”, destacou o presidente.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Fotos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados e FolhaMax
Edição: César Wanderley/Amazonas no Congresso