Educação, segurança, Zona Franca, fome, biotecnologia, desenvolvimento, saúde, previdência. Foram os temas levantados pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PRB) no primeiro discurso dele na 56ª Legislatura, no dia 7 deste mês. A sessão desse dia foi presidida na maior parte do tempo pelo deputado Marcelo Ramos (PR), cujo discurso o Amazonas no Congresso expõe em matéria separada desta com Capitão Neto. Neto apresentou a educação como uma de suas principais preocupações e disse que “que investir em educação é reduzir gastos com os presídios e que é mais barato educar do que construir e financiar penitenciárias”, se remetendo a frase do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997), que disse que educação é o caminho para reduzir a criminalidade.
Capitão Alberto Neto contou que realizou trabalhos no Amazonas para defender a população, “usando outras armas”, sobretudo direcionado para a educação, “que deve ser ampla e moderna para qualificar técnica e moralmente as novas gerações”, pronunciou.
Contudo, o deputado defendeu a definição de uma política nacional para o sistema prisional, a ampliação de fontes de financiamento do Fundo Nacional de Segurança Pública e a formulação de um plano entre Estados, Distrito Federal e União para combate ao crime organizado e ao narcotráfico, o que classificou como suas prioridades, “haja vista que senti na pele as mazelas do descaso nesse segmento”, afirmou.
Ele apontou que seu mandato surgiu da demanda por solução de um dos problemas mais importantes e que mais ameaçam o tecido social, a insegurança pública. “Sou policial, cidadão e pai, e arrisquei a própria vida na dedicação de bem servir à sociedade. Meu juramento e o de meus pares nos impõe arriscar nossa vida para defender o próximo no combate ao crime organizado e ao narcotráfico”, declarou.
O deputado cita dados econômicos que animam Manaus e o Amazonas e contrapõe com dados da violência que assustam e entristecem. Ele expõe à Câmara que Manaus é uma das sete capitais mais ricas da Federação, mas é a 34ª colocada no ranking das 50 cidades mais violentas do mundo. Disse que em 2017, a taxa de homicídios na cidade de Manaus cresceu de pouco mais de 30 para 48 por 100 mil habitantes, “enquanto a taxa aceitável, segundo a ONU (Organizações das Nações Unidas) — pasmem! —, é de 10 homicídios por 100 mil habitantes”, comparou.
Capitão Neto anunciou que propôs a criação da Frente Parlamentar Mista de Desenvolvimento Estratégico do Sistema Penitenciário, Combate ao Narcotráfico e Crime Organizado, com o objetivo de resolver esse problema. Para ele, a nomenclatura da proposta se explica por si só e destaca o comprometimento dele em defender essa bandeira. “Luto pela sociedade de bem!”, assumiu.
Previdência de Militares – A previdência dos militares em geral é outro dos planos de trabalho do deputado. Ele anunciou que solicitou à Presidência, em requerimento, a criação de um grupo de trabalho para debater a previdência de policiais, bombeiros e integrantes das Forças Armadas, “em razão do incalculável déficit que temos com esses guerreiros”, explicou.
Economia – Levantando um tema ignorado por deputados especialmente do estado de São Paulo, mas que também passa despercebido de muitos parlamentares de fora da Região Norte, Capitão se apresentou representante do maior estado da Federação do ponto de vista geográfico, “e um dos oito entes federativos que mais recolhem do que recebem da União. Não estamos com o pires nas mãos. Só utilizamos 8% da renúncia fiscal”, disse, colocando o estado como grande contribuído da Nação. “Para cada emprego gerado no Amazonas, quatro são gerados em São Paulo. O modelo da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) gera quase 800 mil empregos em todo o país, disse.
Ele relatou que no Amazonas existem 11 municípios entre os mais pobres do país. “É inadmissível vivermos na maior biodiversidade do planeta e termos tanta gente passando fome. O futuro do nosso Estado está nessa riqueza. Precisamos desenvolver a nossa biotecnologia”, destaca, capitalizando certeza de que no atual governo o Centro de Biotecnologia da Amazônia terá papel fundamental no desenvolvimento do Estado, “trazendo grandes feitos e respostas para a cura de várias doenças, como o câncer”, afirmou.
Fonte: Portal da Câmara
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