Este ano, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e o deputado federal Pauderney Avelino (DEM) comemoraram o título “As cabeças do Congresso”, uma escolha feita há 25 anos pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). São os parlamentares mais influentes no Congresso Nacional. Este ano, o trabalho foi feito no período de fevereiro a julho. Deputados e senadores que estavam licenciados de seus mandatos nesse período não entraram na pesquisa do Diap.
Esta é a 25ª edição dos “Cabeças” do Congresso Nacional, que na definição do Diap, são aqueles parlamentares que conseguem se diferenciar dos demais pelo exercício de todas ou algumas das qualidades e habilidades, como a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações, seja pelo saber, senso de oportunidade, eficiência na leitura da realidade, que é dinâmica e, principalmente, facilidade para conceber ideias, constituir posições, elaborar propostas e projetá-las para o centro do debate, liderando sua repercussão e tomada de decisão. Enfim, é o parlamentar que, isoladamente ou em conjunto com outras forças, é capaz de criar seu papel e o contexto para desempenhá-lo”, destaca-se na definição da publicação do Diap, que pode ser lido na íntegra no link http://www.diap.org.br/index.php/noticias/principais-votacoes/legislatura-2015-2018/27751-legislatura-2015-2018-principais-votacoes.
Pauderney é escolhido pela oitava vez. A principal habilidade destacada pelo Diap em Pauderney foi negociação. Ele foi considerado um bom negociador. Em geral, explica o Diap, negociadores são líderes ou vice-líderes partidários. São aqueles parlamentares que, investidos de autoridade para firmar e honrar compromissos, sentam-se à mesa de negociação respaldados para tomar decisões. Normalmente, parlamentares experientes e respeitados por seus pares, sabedores de seus limites de concessões, procuram previamente conhecer as aspirações e bases de barganha dos interlocutores para estabelecer sua tática de convencimento. São atributos indispensáveis ao bom negociador, ressalto o Diap, além da credibilidade, a urbanidade no trato, o controle emocional, a habilidade no uso das palavras, discrição e, sobretudo, capacidade de transigir. É bom negociador aquele parlamentar que, sem abrir mão de suas convicções políticas, respeita a vontade da maioria mantendo coeso seu grupo político.
Vanessa foi escolhida pela quarta vez. O Diap destacou como principal habilidade ser boa debatedora. Debatedores, explica a entidade, são parlamentares ativos, atentos aos acontecimentos e principalmente com grande senso de oportunidade e capacidade de repercutir, seja no plenário ou na imprensa, os fatos políticos gerados dentro ou fora do Congresso. São, por essência, parlamentares extrovertidos, que procuram ocupar espaços e explorar os assuntos que possam ser notícia. Os debatedores, diz ainda o Dia, são conhecedores das regras regimentais, que regem as sessões e o funcionamento das Casas do Congresso, exercem real influência nos debates e na definição da agenda prioritária. Com suas questões de ordem, de encaminhamento, discussão de matérias em votação, obstrução do processo deliberativo, dominam a cena e contribuem decisivamente na dinâmica do Congresso. São os parlamentares mais procurados pela imprensa. Daí Vanessa ter apresentado projeto que derrubou o decreto do presidente da República, que prejudicava a Zona Franca de Manaus e comprometia empregos de milhares de trabalhadores do Amazonas. Ela também conseguiu passar no Senado projeto que aumentava pena a crimes de estupro e em seguida a sanção do presidente, o que fez o projeto virar lei.
Sendo escolhido pela oitava vez, portanto desde 2010, Pauderney se destacou como parlamentar de oposição nos governos de Lula e de Dilma, trabalhando com empenho para derrubar os governos petistas, inclusive votando e articulando a favor do impeachment da presidente. No governo Temer, Pauderney está na situação. Nessa posição, articulou e votou, duas vezes, para evitar que o presidente fosse levado a julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos deputados – 263, na primeira denúncia, e 251 -, dentre eles Pauderney, não autorizaram que Temer fosse para o Supremo. Essa decisão cabia somente a Câmara; O Senado não discutiu nem votou, mas Vanessa sempre criticou a proteção ao presidente pelos deputados.
Da mesma forma, Vanessa se mostrou parlamentar de destaque tanto na situação, quando trabalhou defendendo e votando nos processos do primeiro mandato de Dilma e na oposição a Temer, votando contra o impeachment de Dilma e a favor do julgamento de Temer pelo STF, embora tendo saído vencida, pois a maioria dos parlamentares agiram como apoiadores de Temer tanto na Câmara quanto no Senado. Pauderney votou a favor da reforma trabalhista, mudança reprovada pela maioria dos sindicatos de trabalhadores; Vanessa votou contra a reforma. Pauderney votou a favor de projeto do senador José Serra (PSDB/SP), que desobrigou a Petrobras de ser a operadora única dos blocos de exploração do pré-sal, tirando receita da Petrobras; Vanessa votou contra. Pauderney votou a favor do congelamento do orçamento para a educação e saúde proposto por Temer; Vanessa foi contra.
O senador Omar Aziz (PSD) aparece na classificação “parlamentares em ascensão em 2018”. De acordo com o Diap, são parlamentares em ascensão aqueles que vem recebendo missões partidárias, políticas ou institucionais e se desincumbindo bem delas. Estão também nessa categoria, diz a entidade, os parlamentares que têm buscado abrir canais de interlocução, criando seus próprios espaços e se credenciando para o exercício de lideranças formais ou informais no âmbito do Parlamento. Estão, portanto, entre os 150 mais influentes do Congresso, classifica o Diap. Os conceitos, a metodologia adotada, os critérios de classificação dos parlamentares, bem como a análise e perfis individuais são de inteira responsabilidade da equipe técnica do Diap.
Foto e arte: Diap/http://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/28463-diap-divulga-quem-sao-os-cabecas-do-congresso-2018