O senador Plínio Valério (PSDB/AM) entrou na onda da declaração do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que acusou a Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace de nada fazer para limpar as praias do Nordeste, que estão poluídas com petróleo. Plínio foi mais agressivo e, além de xingar Greenpeace, envolveu ONGs como ISA, Opção Verde e muitas ONGs “que só têm compromisso com a denúncia; solução nenhuma”.
Plínio aproveitou o mote levantado pelo ministro pra fazer apelo ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), para liberar a instalação da CPI das ONGs da Amazônia protocolada por ele e que, segundo disse, já arrecadou 30 assinaturas. “Essas ONGs são cretinas, são caras de pau, são aproveitadoras. E vai haver sempre o nosso combate aqui. Portanto, meu amigo presidente Davi Alcolumbre, por favor, instale, leia este requerimento para que possamos instalar a CPI para investigar as ONGs que atuam na Amazônia, que se aproveitam da Amazônia; para que possamos provar que a Amazônia dos artistas de Ipanema, dos artistas de Hollywood não é a Amazônia deste amazônida aqui”, discursou.
O senador disse que o Greenpeace, que tem navios super modernos para impedir a caça as baleias, mas se declarou incapaz de se juntar ao governo e a população para ajudar a limpar praias do Nordeste invadidas por óleo de origem ainda não identificada. “Independentemente da veracidade da acusação, o fato é que existem 15.900 entidades não governamentais, agindo na região. Muitas delas são estrangeiras e recebem também repasse de fora do País”, estimou. “Por isso, é preciso instalar a CPI para abrir a caixa preta das ONGs, do dinheiro jogado para as ONGs em nome da Amazônia”, insistiu.
Veja o vídeo do Greenpaece que o ministro do Meio Ambiente citou.
No vídeo de que o ministro fala, o representante da Campanha de Clima e Energia do Greepeace Brasil, Thiago Almeida, disse que “o ministro espalhou um vídeo do Greenpeace, com uma edição falaciosa, como se não estivéssemos ajudando na limpeza”, criticou. Para ele, o ministro Ricardo Salles “não acionou o plano de emergência a tempo e da forma correta para combater o óleo e, agora, quer jogar a culpa nas ONGS que fazem o trabalho que o governo não faz. O governo e o ministro devem focar em resolver o problema com eficiência em vez de jogar a responsabilidade para a população”, posicionou-se Almeida.
Ele repetiu fala do vídeo reiterando que “ao realizar a limpeza de praia em locais atingidos por petróleo, é importante utilizar equipamentos de segurança para evitar contaminação. O petróleo é altamente tóxico e pode causar danos à saúde”, disse.
Thiago Almeida afirma que o Greenpeace atua há décadas contra a exploração de petróleo em áreas sensíveis e destaca os riscos que a atividade coloca ao meio ambiente. “Há anos vemos paisagens sendo afetadas, a perda de biodiversidade e os impactos sociais causados pelo petróleo, que também é um dos principais causadores das mudanças climáticas no mundo. No Brasil, por exemplo, conseguimos barrar que a petroleira Total perfurasse e explorasse a região perto do recife dos Corais da Amazônia. Tivemos mais de 2 milhões de pessoas do mundo todo apoiando essa campanha em defesa da biodiversidade”, conta.
A Fundação Opção Verde, também destacada no xingamento de Plínio tem um site onde mostra o trabalho que faz na Amazônia brasileira. Conheça a Opção Verde. Um dos lemas que abrem o site da fundação diz “Desde 2010, mantemos em pé mais de 100.000 hectares da floresta brasileira”. Conheça o que a fundação faz e tire suas conclusões.
Outra ONG que Plínio xingou, o Instituto Socioambiental (ISA), mostra em seu site que desenvolve trabalhos não apenas na Amazônia brasileira, mas abrange os países vizinhos que compõem a região no continente Sul Americano. Uma das matérias publicadas no site https://www.socioambiental.org, traz a informação “Senado aprova projeto que exclui cidade da Terra Indígena São Marcos (RR). Indígenas denunciam que não foram consultados. Segundo a legislação, Congresso não pode alterar demarcação“.
Outra prova do trabalho do ISA, também publicada no site, traz um texto de mais de 80 cientistas, que foram ao jornal “The New York Review of Books”, em Nova Iorque (Estados Unidos), que publicou a carta produzida pelos cientistas. “No texto, intitulado de Crise na Amazônia, eles apontam para o aumento dos ataques contra os direitos desses povos garantidos pela Constituição. Também citam as ameaças contra quem trabalha ao lado dos indígenas, como o caso do assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, agente terceirizado da Fundação Nacional do Índio (Funai), no Vale do Javari, no início de setembro”.
Fonte: Assessoria de Imprensa do senador Plínio Valério, site do Greepeace, site da Fundação Opção Verde e site do ISA.
Foto: Joyce Farias/Greenpeace e ISA