Jair Bolsonaro (PSL), foi eleito pela maioria dos brasileiros para ocupar a Presidência da República pelos próximos quatro anos. Notório defensor da ditadura, adepto de uma postura bélica contra seus adversários e com histórico de diversas agressões verbais a mulheres, homossexuais, indígenas e quilombolas no currículo, ele recebeu 55,5% dos votos até o momento, com 98,89% das urnas apuradas. Fernando Haddad, do PT, obteve 44,5%.
Em discurso após anunciada sua vitória, Bolsonaro disse que o povo brasileiro vai ajudá-lo a fazer um governo diferente sem corrupção, um novo país. Se disse defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Ele disse se tratar um juramento feito a Deus.
O pesselista fez questão de listar de quais liberdades se referia: “Liberdade de ir e vir, andar nas ruas, em todos os lugares desse País. Liberdade de empreender, liberdade política e religiosa, liberdade de informar e ter opinião, liberdade de fazer escolhas e ser respeitado por elas”.
Bolsonaro é paulista, militar da reserva e está em seu sétimo mandato na Câmara dos Deputados pelo Rio de Janeiro. Surgiu como figura pública no fim dos anos 1980, protestando contra os baixos soldos pagos à corporação. Foi eleito vereador do Rio de Janeiro em 1988. No fim de 1990, elegeu-se pela primeira vez deputado federal. Desde então, permaneceu na Câmara por mais outras seis legislaturas: de 1995 a 2018. Na eleição mais recente, em 2014, foi o candidato mais votado do Rio, com mais de 464 mil votos.
Sua campanha baseou-se na bandeira da segurança pública, do nacionalismo e do fim da corrupção. Também defendeu a família tradicional e os valores conservadores e fez muitos ataques aos movimentos sociais como MST, às mulheres, ao homossexualismo, ao PT, a negros. Comprometeu-se a implementar uma política econômica de cunho liberal.
Há um mês do primeiro turno, Bolsonaro levou uma facada no abdome enquanto fazia campanha em Juiz de Fora (MG). Foi submetido a duas cirurgias e ficou o restante do mês em recuperação. Recebeu alta no dia 29 de setembro. Mesmo fora do hospital, ele permaneceu em repouso e participou de poucos eventos fora de casa. Com a justificativa de não colocar em risco sua recuperação, optou por não participar de nenhum debate durante o segundo turno. Seu principal contato com os eleitores foi por meio das redes sociais.
Para a campanha de 2018, declarou um patrimônio pessoal de R$ 2,2 milhões. Seu vice é o general da reserva do Exército brasileiro, Antônio Hamilton Martins Mourão. Pra quem começou a vida política reclamando por receber pouco dinheiro, pode-se ver que ele acumulou bastante.
Haddad
Com 45 milhões de votos, Fernando Haddad (PT) sai derrotado da campanha. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia, Haddad é professor universitário e foi ministro da Educação durante o governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Também foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2016, ano em que tentou a reeleição.
Ele assumiu a candidatura em 11 de setembro, em substituição ao ex-presidente Lula, que foi lançado pelo PT apesar de estar preso sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e barrado pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135, de 2010). O patrimônio pessoal declarado do candidato foi R$ 430 mil e sua vice foi a deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB).
Em seu discurso após perder as eleições, o petista pediu coragem, agradeceu aos mais de 45 milhões de votos: “trata-se de uma parte expressiva da população que precisa ser respeitada”, disse. E completou “Andando por todo esse Brasil senti no rosto de muitos brasileiros angustia e medo. Para eles eu quero dizer: não tenham medo, nos estaremos aqui. Lutem conosco, a vida é feita de coragem. A coragem é um valor muito grande quando se vive em sociedade”.
Posse
A cerimônia de posse do presidente da República eleito e seu vice acontecerá em 1º de janeiro de 2019. A posse se dá por meio de sessão solene no Congresso Nacional, conduzida pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira. Na sequência, o eleito segue para o Palácio do Planalto, onde Michel Temer passará a ele a faixa presidencial.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o segundo turno das Eleições Gerais 2018, 4.658 das 454.493 urnas utilizadas para a votação foram substituídas em todo o país, o corresponde a 0,90% do total.
Foto: Tânia Regô/Agência Brasil