Este ano o Brasil foi incluído na lista dos dez piores países do mundo para a classe trabalhadora, segundo dados do Índice Global de Direitos. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) revelou nesta segunda-feira, 24, a situação em que o Brasil chegou após a aprovação da “Reforma Trabalhista”. Originalmente, a revelação foi feita durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho, ligada à ONU, realizada semana passada.
Na audiência pública realizada nesta segunda na CDH, o representante do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait), Rogerio Silva, trouxe a informação. “O Brasil faz parte dos dez piores países do mundo para se trabalhar este ano. Pela primeira vez o Brasil entra nessa lista”, disse o sindicalista. Ele comentou que o Índice Global de Direitos incluiu o Brasil porque considerou que a “Reforma Trabalhista” (Lei 13.467, de 2017) retirou direitos dos trabalhadores. “A reforma consolidou a desproteção do trabalho, a repressão violenta a greves e protestos, além da intimidação de lideranças”, detalhou Silva.
Precarização e desemprego
Outro motivo para o rebaixamento do Brasil, de acordo com o sindicalista, foi os esforços governamentais que sufocaram economicamente os sindicatos, como o fim das contribuições obrigatórias. Isso levou sindicatos a fecharem as portas e diminuiu o poder de negociação dos trabalhadores.
Além de Brasil e Zimbábue, também estão na lista dos dez piores países do mundo para a classe trabalhadora Arábia Saudita, Bangladesh, Filipinas, Guatemala, Cazaquistão, Argélia, Colômbia e Turquia.
O sindicalista explicou que o Brasil passou a ser monitorado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), devido a denúncias de que estaria descumprindo acordos internacionais trabalhistas assinados no passado. Ele e o presidente da CDH, o senador Paulo Paim (PT/RS), criticaram o fato de a “Reforma Trabalhista” prometeu que geraria 6 milhões de novos empregos e, após quase 2 anos de vigência, o número de desempregados aumentou de 12 milhões para mais de 14 milhões de pessoas.
Rogério Silva criticou o governo federal “que está estudando a revogação de 90% das normas regulamentadoras de segurança do trabalho (as NRs). Ele ressalvou que essas normas foram elaboradas por comissões tripartite, das quais a classe empresarial sempre fez parte, junto com representantes de sindicatos e do próprio governo.
Fonte: Agência Senado
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado
2 comentários
Em alguns países europeus, o horário intermitente é escravizante e depois de certa idade, acima de 50 anos, não se consegue colocação no mercado de trabalho. Descanso remunerado? Esquece. Para a mão de obra de imigrantes, restam os trabalhos que ninguém quer. Fizeram pesquisa onde?
Olá, Maria. Veja que a matéria diz que a informação está no Índice Global de Direitos, da International Trade Union Confederation Building Workers’ Power (Confederação Sindical Internacional Poder dos Trabalhadores da Construção), que foi apresentado na 108ª Conferência Internacional do Trabalho, ligada à ONU, e que foi realizada semana passada. Este é o site dessa confederação: https://www.ituc-csi.org/rights-index-2019?lang=en.
Obrigado por ler o Amazonas no Congresso.