O governo federal cometeu erros milionários em transferências de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), causando prejuízo aos cofres da União. Três estados e respectivos municípios receberam dinheiro a mais do que lhe eram devidos, cerca de R$ 382,9 milhões; e outros seis estados deixaram de receber um total de R$ 383 milhões, incluindo o Amazonas, de acordo com reportagem publicada pelos portais Folha de São Paulo e Jornal de Brasília, na segunda-feira, 22.
O erro teria ocorrido em janeiro deste ano, com a primeira parcela da complementação que a União faz ao Fundo, principal mecanismo de financiamento da Educação Básica. De R$ 1,18 bilhão previsto, R$ 766 milhões foram repassados equivocadamente pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Diante de grave erro, o deputado federal Zé Ricardo (PT/AM), juntamente com outros parlamentares do Partido dos Trabalhadores, solicitou na segunda mesmo informações ao Ministério da Educação, via requerimento protocolizado na Câmara Federal, sobre essas transferências equivocadas, bem como os procedimentos adotados para reparar o erro e se os mais R$ 766 milhões já foram estornados.
Coincidentemente, nesta terça, 23, é o Dia Nacional do Piso Salarial dos Professores, que foi instituído pela Lei no 12.668, de 18 de Junho de 2012. Data que deveria ser celebrada, na avaliação de Zé Ricardo, “se não estivesse no poder um governo que age constantemente contra a educação e contra os professores deste país, tentando até extinguir o próprio Piso Salarial”. Além disso, conta o deputado, em novembro passado, a União publicou a Portaria Ministerial no 3, que rebaixou o Custo Aluno per capita do Fundeb em 2020, zerando o reajuste dos professores previsto para 2021. Na ocasião, Zé Ricardo e outros parlamentares da bancada do PT ingressaram com Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar integralmente os efeitos nocivos dessa Portaria Ministerial.
“A previsão era de que os professores tivessem este ano atualização do piso salarial em torno de 5,9%. Mas, com essa Portaria, está tudo zerado. Não há o que celebrar. Hoje, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e toda a categoria lutam contra essa decisão e tem todo o meu apoio, já concretizado com o PDL em tramitação na Câmara Federal. Não há qualquer respeito ao magistério por parte desse presidente. Pelo contrário, é um governo de trapalhadas. E estamos vendo isso mais uma vez agora, com esse grave erro em transferências do Fundeb. São milhões que deixaram de ser pagos aos estados que tanto esperam e precisam desses recursos para pagar os professores e investir na educação”, afirmou o parlamentar.
As reportagens da Folha e Jornal de Brasília ainda ressaltaram que, do total de R$ 1,18 bilhão dessa parcela de complementação, R$ 382,9 milhões foram pagos a mais do que o devido aos estados do Ceará, da Paraíba e do Rio de Janeiro (sendo que essa sequer tinha direito à complementação, mas recebeu R$ 48,5 milhões indevidamente). Por outro lado, R$ 383 milhões deixaram de ser pagos ao Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará, Pernambuco e Piauí.
Fonte: Assessoria de Comunicação do deputado
Foto: Jornal de Brasília